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A partir do momento em que te vi, soube que eras minha assim como tu soubeste que eu era teu. Não foi preciso dizer nada e nem mesmo correr atrás. Estávamos entregues ao amor, ao destino, e eu olhava e sorria, tu me olhavas e sorria.
Evidente que palavras foram trocadas, tua mão no meu peito, minha mão no teu ombro e as palavras jogadas delicadamente ao vento, dançavam e pareciam fazer acrobacias e sabíamos que não era preciso dizer algo com nexo porque estávamos presos a nossos olhares e às nossas mãos e ao nosso amor.
Eu dizia em um tom melodramático que daqui uns dias estaremos velhos, daqui uns meses estaremos mortos, daqui uns anos estaremos vivos na lembrança do passado e daqui algumas vidas estaremos presos à nossa vida. Tu me olhavas com uma cara de maluca, sabendo que eu não queria dizer nada a não ser eu te amo o tempo todo, o tempo inteiro, inteiramente teu, inteiramente minha.
E tudo isso era passível de mudança. Uma mudança não de sentimento. De espaço, geográfico, essas coisas, entende? Tu pegaste este caminho tortuoso e eu peguei um outro, e assim foi indo. A distância crescera e teus olhos não me viam diretamente e meus olhos perderam, por instantes, os teus de vista. Mas nos víamos mesmo longe, em sonhos, em filmes, em imagens, tanto faz, eu sei que via e sei que tu também me vias, assim, deixando de ser irreverente e me mostrando que vias, que lembravas e que sentias saudades do que passara. Prometíamos que nos veríamos mais, só para nos olharmos e lembrarmos que eu ainda era teu e tu minha.



Saudades , Adiós, Sophia ! (http://adiossophia.tumblr.com/) 


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